O EVANGELHO DE CRISTO PERMANECE O MESMO O QUE MUDOU FOI A INTERPRETAÇÃO DOS HOMENS
Texto Base – Mateus 7.13-14
“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela.
Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram.
Dentro do mesmo contexto, Jesus alerta seus discípulos.
Mateus 7.22-23 – Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade
Viver a vida sem o arrependimento verdadeiro, é se manter na prática da iniquidade.
Iniquidade significa basicamente “ilegalidade”, no sentido de expressar algo que é contrário ao que é justo e correto.
Iniquidade é uma palavra que aparece várias vezes na Bíblia sempre para se referir de alguma forma à transgressão da Lei de Deus.
Alguns termos para iniquidade: “perversidade”, “depravação”, “ilegalidade”, “injustiça”, “ação contrária à justiça”, “justiça negativa”, “o que é torto” e “fazer mal”.
A transgressão da lei ou da Torah, no sentido mais amplo, é a desobediência a todas as instruções de Deus e não somente aos 10 mandamentos.
Portanto, o iníquo, conhece as instruções de Deus, e mesmo assim decidi persistir na prática do pecado.
DISCÍPULOS OU MULTIDÃO
João 6.2 – Seguia-a numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.
Jesus tinha uma enorme multidão de seguidores. Como o Senhor fazia sinais e maravilhas, por esse motivo muitos o seguiam.
Era necessário que Jesus fizesse tantos milagres, porque Ele precisava afirmar que Ele era o Messias de Deus. O Messias havia sido anunciado pelos profetas e a única forma de apresentar que Ele era o Messias prometido, era afirmando isso por poderes sobrenaturais.
Mesmo assim, muitos dos seus seguidores não tinham compromisso com seus ensinamentos. Eles seguiam, por comida, bebida e até mesmo para ouvir suas sábias palavras.
Lucas 6:46 – Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?
Acontece o mesmo em nossos dias. A multidão se dirige todos os domingos às suas congregações, ouvem a palavra de Deus, seguem a Cristo por comida, bebida e benefício financeiros, mas não estão comprometidos com os ensinamentos de Jesus.
Sempre existiu dentro do cristianismo dois grupos, os seguidores e os discípulos.
Todo discípulo é um seguidor de Cristo, mas nem todo seguidor é um discípulo.
TODOS QUEREM O BÔNUS, MAS NÃO QUEREM O ÔNUS
Isso porque muitos querem os benefícios da graça, mas não querem os compromissos estabelecidos por ela.
A decisão de obediência a Deus gera vida em nós. E a antítese disso é que a desobediência leva a morte espiritual.
Andar com Cristo é obedecer seus mandamentos (cf. Jo. 14.15).
1 João 2:4 Aquele que diz: eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
A verdade é que queremos o pão quentinho, mas não queremos ser amassados como toda boa massa de pão. Queremos o suco da uva, mas não queremos ser espremidos pelo Senhor para darmos o bom vinho.
SE NÃO FOR ASSIM NÃO TEM GRAÇA
A obediência é a essência do caminhar com Cristo, é o fundamento da nossa fé. Não existi fé sem responsabilidade. Se você diz que anda com Deus e não matou seu velho homem, você pode estar enganando a si (cf. 1 Jo 2.4).
A graça de Cristo nos impõe a responsabilidade cristã para uma vida que gere frutos de arrependimento. João Batista dizia: “arrependam-se e deem frutos de verdadeiro arrependimento”. Isso significa que o que precede ao arrependimento são obas de justiça e equidade.
Assim como Ele foi, devemos ser, assim como Ele andou devemos andar. Devemos diariamente esmurrar nosso corpo, nos reduzir ao ponto de não sobrar nada do nosso velho homem (1 C. 9:26:27), de forma que o Espírito Santo possa viver em nós e apesar de nós, fazer coisas grandes.
OS DESAFIOS DA IGREJA DE CRISTO
Tenho muito medo das teologias atuais: liberal, humanista, do bem-estar, do coach, da prosperidade, entre outras.
Na correria de encher seus templos, muitas igrejas estão oferecendo um Cristo sem Cruz, um evangelho desprovido de obrigações, uma graça sem responsabilidade (cf. Judas 4).
O Cristo se tornou um bom negócio para os empreendedores de palco, onde vendem métodos de crescimento para igrejas, métodos de crescimento pessoal, e também uma salvação que nunca se perde, sem qualquer perigo que deixaria até João Calvino de cabelos em pé.
Na loucura do crescimento exponencial, criaram um evangelho 2.0, em que qualquer fim pode justificar os meios.
A PORTA PERMANECE ESTREITA
Não existe evangelho 2.0, isso é obra da modernidade cristã, de um mundo ambicioso e ávido pelas multidões. Jesus repreendeu multidões que o seguiam, se compadeceu delas, porque eram ovelhas sem pastores.
Se você entendeu o evangelho, sabe que a igreja não tem a missão de ajuntar pessoas, mas espalhá-las. O DNA da igreja é missões, e missões fala de ir por todo o mundo e não juntar todo mundo.
As igrejas precisam invadir hospitais, precisamos invadir, sertão, agreste, litorais, aldeias, povos e línguas. Pensar em métodos de discipulado para curta e longas distâncias.
A preocupação não deve estar em encher seus templos, mas como esvaziá-los, preparando e enviando homens por todo o mundo.
O coração de um líder não pode ser empreendedor, mas missionário.
OBEDIÊNCIA
Portanto, é essencial que cada um de nós, como crentes na mensagem de Cristo, abrace a responsabilidade que vem com a graça. Não basta apenas desfrutar dos benefícios da fé; somos chamados a viver conforme os ensinamentos de Jesus, espalhando amor, justiça e compaixão em nossas comunidades e além.
Devemos nos esforçar para ser mais do que meros seguidores; devemos ser discípulos ativos, comprometidos com a transformação de nossas vidas e da sociedade.
Que cada um de nós possa ser um farol para as multidões que continuam na escuridão do pecado e da transgressão da lei de Deus.
Lembre-se, o mundo precisa desesperadamente de verdadeiros exemplos de fé vivido na prática diária.
Pr. Max Mendes – Fundador do Papo com Deus